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Ansiedade Climática: Quando o Mundo Lá Fora Abala o Mundo Aqui Dentro
10.jul.2025

Ansiedade Climática: Quando o Mundo Lá Fora Abala o Mundo Aqui Dentro

o clima mudou ? e a psique também

Em um mundo onde as mudanças climáticas deixaram de ser uma previsão distante para se tornarem uma realidade cotidiana, uma nova preocupação psicológica está emergindo com força: a ansiedade climática. Tempestades devastadoras, secas prolongadas, calor recorde, desmatamento visível do satélite e imagens de queimadas em tempo real não são apenas fatos científicos ? são gatilhos emocionais profundos.

Essa preocupação intensa com o futuro do planeta, o medo de desastres naturais e o sentimento de impotência diante da destruição ambiental estão afetando diretamente o bem-estar emocional de milhões de pessoas, especialmente jovens. Mas o que exatamente é essa ansiedade climática? E como podemos lidar com ela de maneira saudável?


O que é ansiedade climática?

A ansiedade climática, também chamada de ecoansiedade, não é um transtorno mental oficial nos manuais diagnósticos como o DSM-5, mas tem sido amplamente reconhecida por psicólogos, psiquiatras e pesquisadores como uma resposta emocional real e válida frente à crise ambiental global.

É uma forma de sofrimento psíquico marcada por:

Preocupações constantes com o meio ambiente

Medo intenso de catástrofes naturais

Sentimento de impotência ou desesperança

Culpa ecológica por práticas de consumo

Raiva por falta de ação governamental ou social

Desconexão emocional ou dissociação para lidar com o problema


Sintomas psicológicos e comportamentais

Assim como outras formas de ansiedade, a ecoansiedade pode se manifestar em diferentes intensidades. Em níveis mais leves, ela pode gerar inquietação, preocupação constante e dificuldade de concentração. Em casos mais graves, pode levar a:

Crises de pânico

Insônia

Depressão

Comportamentos compulsivos (por exemplo, obsessão por controle ecológico)

Evitamento de notícias ou informações climáticas (estratégia de negação)

Isolamento social ou sensação de alienação


Uma geração marcada pelo colapso ambiental

O estudo global do Lancet Planetary Health de 2021, que entrevistou mais de 10 mil jovens de 16 a 25 anos, revelou que:

75% acreditam que "o futuro é assustador".

45% dizem que a ansiedade climática afeta negativamente seu dia a dia.

56% sentem que os governos estão "traindo" os jovens pela inação ambiental.

A ansiedade climática não é mais exceção, é quase norma. E como toda experiência emocional intensa e repetitiva, se não for reconhecida e tratada, pode evoluir para quadros clínicos mais graves.


O papel da hipnose clínica nesse cenário

A hipnoterapia pode ser uma aliada valiosa para trabalhar a ansiedade climática, pois atua diretamente nas raízes emocionais e nos padrões inconscientes que alimentam o sofrimento. Veja como:

1. Redução imediata de sintomas ansiosos

Técnicas de indução hipnótica podem acalmar o sistema nervoso, diminuindo o nível de cortisol e restaurando a sensação de segurança interna.

2. Reconexão com o presente

Muitos pacientes com ansiedade climática estão hiperconectados com projeções catastróficas do futuro. A hipnose ajuda a trazer o foco para o aqui e agora ? um antídoto contra a paralisação causada pelo medo.

3. Reestruturação cognitiva emocional

Por meio de sugestões hipnóticas, é possível trabalhar emoções como culpa, impotência e desesperança, fortalecendo sentimentos de responsabilidade, ação possível e pertencimento ecológico.

4. Ressignificação de experiências traumáticas

Pessoas afetadas por enchentes, incêndios ou outras catástrofes podem carregar traumas ambientais. A hipnose permite acessar essas memórias com segurança, favorecendo o processo de cura.


Técnicas terapêuticas associadas

Além da hipnose, outras abordagens têm mostrado eficácia no tratamento da ansiedade climática:

Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): auxilia na identificação e reestruturação de pensamentos catastróficos.

Terapia Focada na Compaixão (CFT): desenvolve uma relação mais gentil consigo mesmo e com o planeta.

Mindfulness: treina a atenção plena para lidar com o estresse ambiental.

Terapia Narrativa: ressignifica o papel pessoal na crise climática, do medo à contribuição significativa.


Quando a ecoansiedade vira oportunidade

Curiosamente, a ansiedade climática, quando bem compreendida e manejada, pode se transformar em uma força catalisadora de mudança. Muitos ativistas ambientais, pesquisadores, artistas e voluntários foram movidos por essa angústia ? e a transformaram em ação.

Na prática clínica, vemos esse movimento com frequência: quando o paciente ressignifica sua relação com o mundo e encontra um propósito ecológico, sua ansiedade se transforma em empoderamento.


Estratégias práticas que você pode começar hoje

Se você ou alguém que você conhece sofre com ansiedade climática, aqui vão sugestões simples e eficazes:

Limite o consumo de notícias ambientais sem filtros. Escolha uma fonte confiável e defina horários para se informar.

Conecte-se com a natureza, mesmo que em pequenos espaços urbanos. O contato com o verde ajuda a restaurar a sensação de pertencimento.

Pratique respiração diafragmática. Técnicas simples de respiração aliviam o sistema nervoso e restauram o equilíbrio interno.

Faça parte da solução, mesmo em pequena escala: compostagem, consumo consciente, reciclagem, educação ambiental.

Busque suporte terapêutico, especialmente se os sintomas estiverem prejudicando sua qualidade de vida.


O que o IBH propõe

No Instituto Brasileiro de Hipnose, temos acolhido cada vez mais pessoas com sintomas ligados à ecoansiedade. A hipnose clínica, aliada a uma escuta empática, pode não só aliviar o sofrimento como também abrir caminhos para uma nova relação com o planeta.

? Se você quer compreender melhor seu sofrimento e aprender a lidar com a ansiedade climática com mais equilíbrio emocional, agende uma avaliação com nossos profissionais.

? (21) 99620-5940 | ? ibh.com.br

Cuidar da mente é também cuidar do planeta

Estamos todos conectados ? não apenas biologicamente, mas psicologicamente. O planeta adoece, e nós adoecemos junto. Mas o inverso também é verdadeiro: ao curarmos nossas feridas internas, cultivamos a esperança, a ação e a responsabilidade.

A ansiedade climática é real. Mas a sua superação também pode ser. Com informação, apoio terapêutico e práticas que reconectem a mente, o corpo e a Terra, é possível transformar angústia em consciência, e medo em movimento.

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